Mineiramente desconfiados,
Nascem no alto das serras,
Olhos d’água molhados,
Abrem-se do âmago da terra,
Brotam límpidos, imaculados,
Epifania de vidas que descerra!
Ligeiramente gestados,
Desenhos nos relevos esculpidos,
Braços abertos enamorados,
Correm nos campos como cupidos,
Mas, seus corações flechados,
Sangram quando são poluídos!
Mansamente transformados,
Tornam-se fortíssimas corredeiras,
Em terrenos menos inclinados,
Parecem dormir tardes inteiras,
Mas, tão logo são acordados,
Despencam em lindas cachoeiras!
Fortemente castigados,
Pelo escaldante sol do sertão,
Jequitinhonha tão amargurado,
Chora a seca do eucalipto no chão,
Mucuri, também maltratado,
Sofre pela mesma ambição!
Discretamente calados,
Levam vidas a cidades e florestas,
Rio Paraopeba enlameado,
Agoniza por práticas desonestas,
Rio das Velhas abençoado,
Suas águas é o que nos resta!
Suavemente adocicado
Rio Doce, quem o irá salvar?
Paranaíba, Rio Grande aumentado,
Aumente nossa sede de amar,
São Francisco tão consagrado,
Leva-nos até o mar, doce mar…
SÉRIE: MINAS e suas RIMAS
ESTEVAM MATIAZZI- 23/11/2019
PS: Caixa d’água do Brasil, Minas Gerais tem em seus rios, verdadeiros canais de vida para milhões de pessoas, além de garantirem uma biodiversidade incalculável… Neste poema faço uma reverência aos Rios de Minas. Bem como um alerta sobre como temos levado à morte estas veias e artérias que garantem nossas vidas…
Belo poema. Esta viagem por águas…. bem bonita.
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Obrigado pela presença e interação… Você é de onde? Conheces estes rios?
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Moro em Curitiba. Gosto muito de rio, mar, estrelas, literatura…e por aí vai
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Que bacana… Paranaense… Tenho origens aí no Norte do Paraná… Minha mãe é de Cornélio Procópio e a família dela, minha avó, tios, etc, moram em Londrina e região.. uma das coisas que mais admiro aí, são os rios…
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Eu sou do interior de São Paulo. Moro aqui faz dez anos
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Fui a Curitiba, duas vezes.. lindas viagens.
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Gosto da cidade. Gosto mais da cidade do que das pessoas. Por isso não sei se fico por aqui. Abração.
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Por todas as vezes que fui ao Sul, nos três estados, gostei muito da natureza, das cidades e da comida (rsrsrsrs), nem sempre as pessoas (com muitas e boas exceções) ,são muito amistosas, por isso, entendo, o que dizes…
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Corredeira dos rios… cheio linda de poesia. Abraços
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Olá, Bia. Sua presença e retorno muito me alegram. Obrigado. Paz e Bem!
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Faltou o “meu” Rio Sapucaí…
Belo poema, grande sensibilidade!
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E aí meu amigo… Até pensei em citar mais rios, mas, terá que ser num livro exclusivo para eles… eles são muitos como Minas são muitas, parafraseando GuImarães Rosa.
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Essa foto é muito triste. Dar uma revolta
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Oi Nathielly, obrigado por ler e comentar… Se não me engano é a primeira vez sua por aqui… Bem vinda, é um prazer sua leitura e presença, Paz e Bem!
Quanto a foto é a realidade do nosso Rio Doce pós tragédia de Fundão em Mariana…
Paz e Bem!
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Opa!! Obrigada pela gentileza!!
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🌟💐
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Que foto chocante… gostei de saber da geografia mineira em forma de poesia!
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Olá Cris, sempre um prazer sua presença… Curioso, os dois Rios mais afetados pelas tragédias da Vale em Mariana e Brumadinho nascem muito próximo um do outro: O Rio Doce, nasce em Ressaquinha, cidadezinha da família de meu pai, na Zona da Mara mineira e o Rio Paraopeba, nasce em Cristiano Otoni, cidade da mesma região. As duas cidades estão distantes apenas uns 30 Km. Curioso: O Rio Doce vai em direção à Zona da Mata e desemboca no mar do Espirito Santo. Já o Paraopeba, vai noutra direção, passa aqui na Região Metropolitana (inclui Brumadinho) une-se ao Rio São Francisco, que por sua vez desemboca entre Alagoas e Sergipe.
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Aprendi muito de rio nesse post. Tive o prazer de conhecer um braço das nascentes do São Francisco em Delfinópolis, e nadar nele em Alagoas. Esses dois momentos mexeram muito comigo, há uma força nesses lugares difícil de traduzir em palavras. Aprendi muito pouco de rios na escola, é um assunto que poderia ser mais divulgado até para a preservação da cultura. Do lado das águas passam muitas histórias…dentro também…
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A vida transborda como águas…
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Num indo e vindo infinito…
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Aqui em Minas, como no Brasil, em geral, talvez pela fartura de tanta água, rios, mares, lagos, matas, florestas, belezas, não saibamos valorizar e cuidar como deveríamos… Parece que a fartura não deixa ver a possibilidade da falta…
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Vou me atentar especialmente nesse último parágrafo… por aqui vejo as pessoas voltadas para intelectualidade justamente porque o frio e a falta sol incentivam o refletir, a leitura, o estar em casa.
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Como podemos concluir por estes colóquios que os rios nos conduzem… nós humanos além de paradoxais, somos em muito frutos dos meios em que vivemos… ótimo domingo Cris.
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Estamos lentamente assassinando aquilo que nos possibilita a vida. Os rios são apenas parte das vítimas que trazemos em nossas fichas nada limpas…
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É impressionante nossa capacidade de destruir aquilo que nos sustenta… até nossos chips estão enferrujados…
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