No início da quarentena com 6 dias de isolamento, escrevi sobre o sentido e significado da quarentena[1] de forma geral. Hoje com 140 dias de isolamento social, mal conduzido e mal feito e com quase 100 mil mortos no país, volto a escrever sobre o t – ema, a partir da triste experiência brasileira…
Para quem a Covid não é séria?
A vida se tornou deletéria?
Tanta morte e miséria
Era só gripezinha!
Não era esta a ladainha?
Não, isto não é uma picuinha
Nem dor e manha de criancinha
Má vontade de oposição mesquinha!
Não quer respeitar a quarentena?
Manterá a mesma cantilena?
A morte vale a pena?
A quaresma passou
A páscoa não se celebrou
O tempo pascal para trás já ficou
Quantos a Covid neste tempo levou?
Usarão toda a cloroquina que comprou?
Por que o não uso das máscaras?
Pra não revelar suas farsas?
Elas já estão às claras
Fake News em ação
Já o era antes da eleição
Por isso, temem a educação?
Bodes na sala acalmam a população?
Vão inverter a lógica grega do mito à razão?
Quarentena tipicamente brasileira
Vivida cada um à sua maneira
Defender a vida é besteira
Nesta longa quarentena?
Vidas encurtadas em dezena
Dezenas de milhares, quase centena
E daí? Vidas de pobres não valem à pena?
Banalização da vida não parece atitude de ema!
ESTEVAM MATIAZZI- 04 DE AGOSTO DE 2020
[1] Link do poema publicado com 6 dias de isolamento: Quarentena: tempo decisivo. https://estevamweb.wordpress.com/2020/03/23/quarentena-tempo-decisivo/
Um autêntico Gregório de Matos. Barroco e mineiro.
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Uau… Se eu conseguir imitar ao menos um terço do tom satírico do Gregório ‘boca do inferno’, o Mendonça manda me investigar… rsrsrsrsssrrs
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Engajado ,o eu lírico faz um texto em prosa poética, uma vez que o texto narra , subjetivamente, a história atual do Brasil.Assim, de modo indignado, o eu lírico faz um texto de caráter documental e que se aproxima da crônica.
Quem o lê hoje pode refletir sobre a dura realidade à brasileira e ,no futuro, a pessoa que o ler vai se assustar , vai achar que tudo aqui descrito é surreal, inacreditável.
Na luta com as palavras, a voz lírica acredita que escrevendo o mundo se educa e pode mudar.
Não há como não assustar com vidas encurtadas em dezenas.
Escutamos essa dura realidade a todo momento, todavia lê- la
como poema faz palpitar o coração dos atentos e sensíveis .
😍😍
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Márcia, você consegue num comentário, adentrar um pouco em minh’alma para encontrar nela as indagações que tenho em forma de indignações… Muito obrigado.
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Uma infeliz realidade expressa em uma escrita que, ecoa a péssima gestão pública, de um péssimo ser humano que ocupa o lugar de presidente.
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Parece, meu caro, que os olhos de tantos não conseguem ver o que está a acontecer… Temo que isto ainda permaneça por mais tempo do que está previsto…
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Ambos tememos.
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Quarentena à brasileira, ninguém respeita as instruções, tampouco o próximo.
Excelente reflexão meu amigo.
Abraço.
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Uma maneira de não se contentar com os acontecimentos que aí estão meu caro Gabriel. O silêncio, neste, caso me adoeceriam… Fraterno abraço.
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“Por que o não uso das máscaras?
Pra não revelar suas farsas?” boa sacada!
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Vez ou outra, a gente acerta, Léo… Gosto um pouco de vôlei… rsrsrsrssr Abraços.
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Aguardo ansiosa como viveremos pós quarentena… haverá algo que nos alivie essa pena?
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Sinceramente, entre adultos, manifesto, minhas poucas esperanças… Elas existem, até porque, vivo também entre crianças… Abraços Alda.
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Sim, poeta, triste tão poucas esperanças… mas as crianças são a própria esperança. Estar entre elas é se refazer…
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Sofia e Emmanuel ao mesmo sugam e me dão energia… Suga a ruins e dão as boas…
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Crianças têm esse maravilhoso poder…
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💙💙🌹🌷🌺
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Eis algo que continuo sem entender ou custo a aceitar: a naturalização da morte. No sentido de que se um dia vai acontecer…bom, é da vida. Da mesma maneira a relação com o vírus parece ser de amizade fraterna, e como um bom amigo nada faz contra o outro, para quê tantas restrições, não é mesmo? Quarentena à brasileira…não preciso escrever mais nada, o poema diz tudo é muito mais.
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A maneira que nossas autoridades e alguns dos que as acompanham agem beira ao surrealismo…. Paz e Bem, meu caro Fernando.
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