Na Serra da Canastra a verter
Entre arbustos e pedras a descer
Um filet de água pura a correr
Miúdo qual criança a crescer
Cerrado abaixo segue Chiquinho
Sereno cresce bem mansinho
Espelho d’água límpido, cristalino
Brilha quais olhos de menino
Nos vales e paisagens a serpear
Nos obstáculos todos a superar
Nas terras secas, o sertão a irrigar
Mineiramente estende-se até o mar
Inspiração para Guimarães Rosa
Exaltado em seus versos e prosa
Literatura sagrada, liturgia amorosa
Produz vidas de forma milagrosa
Ó velho Chico de Minas, seu existir
Cenários oníricos estão a construir
São quais mãos divinas a esculpir
Apesar de quem o tenta destruir
Chico de Minas, velho Chico Mineiro
Como São Francisco seu padroeiro
Para a vida és cordial e hospitaleiro
Por ondes passas és jovial alvissareiro
SÉRIE: MINAS e suas RIMAS
ESTEVAM MATIAZZI- 24/11/2020
Adorei seu poema do Chico de Minas, velho Chico Mineiro.
Terrinha boa a sua. Estive em Gonçalves este final de semana e adorei o seu entorno.
Bom ter te encontrado na live da editora, espero que tenha gostado 👀. Abraços
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Gratidão por me apresentar o pessoal da Oficina do Livro. Já estou em conversação para uns projetos de publicação. Vem novidades por aí.
Onde fica Gonçalves?
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Adorei o poema que me trouxe à memória o texto de Olavo Bilac- Rio Abaixo.
A descida do rio faz uma metáfora sobre a própria condição humana de descida, dos entraves que a vida tem, das curvas e pedras que o rio precisa de atravessar .
A sensação que o leitor tem é de que o Chico, em estado de agonia, pede socorro.
O Rio é um sonho, o rio é generoso,como o Santo de quem ,o nosso velho adorável , herdou o nome.
O poema vai Rio Abaixo, o poema é uma descida, descida semelhante a que Sócrates fez no livro da República de Platão. No referido livro, essa descida é um prenúncio de morte. O monte que Sócrates desce- o Pireu. O São Francisco desce a Serra da Canastra e está correndo o mesmo risco do Filósofo.
Essa descida se dá no canto um do livro.
No final da República, nessa descida irreversível, o Sábio é condenado a tomar Cicuta e morre . O mais justo dos homens, segundo Platão, é injustamente condenado.
Inocente, nesta descida rio abaixo, o velho Chico, vai descendo ,tomando
gotas de veneno ladeira abaixo.
O poema diz , Chico meu velho, resista.
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A resistência do Velho Chico simboliza a luta e resistência de todos que buscam preservá-lo, pois sabem, que se quiserem envelhecer, dependerão de suas águas límpidas e dos alimentos cultivados em suas margens e peixes que povoam suas águas. Paz e Bem, Márcia para lembrarmos a benção de São Francisco.
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